domingo, 25 de novembro de 2018



Blog criado para compartilhar, de forma gratuita, informações e o conteúdo do livro "Pelo sangue: a genealogia do poder em Goiás", de Victor Aguiar Jardim de Amorim, publicado em 2015.

A obra tem por objetivo apresentar uma análise detalhada da história política da Província e do Estado de Goiás da primeira metade do século XIX até 1937, com o marco correspondente à transferência da capital do Estado para a cidade de Goiânia.

O arquivo em formato PDF do livro encontra-se disponível para download no seguinte link do GoogleDrive: https://drive.google.com/file/d/1GRpZoG21vecNWsFdc-f8vVpyJfjoZaLN/view

Ainda sobre o livro, vale destacar alguns trechos do formidável prefácio do Doutor em História pela UFG, Jales Guedes Coelho Mendonça:

O livro Pelo Sangue: a genealogia do poder em Goiás aborda um longo período da trajetória política do estado mediterrâneo, cobrindo desde o início do período imperial até a construção de Goiânia, perfazendo um lapso temporal superior a um século. Em razão das características marcadamente aristocráticas da atividade política à época, Victor Amorim adentrou nos meandros da genealogia, desvendando as entranhas de tradicionais famílias vilaboenses. Os Rodrigues Jardim (matriz do tronco dos Bulhões Jardim) e seu patriarca José Rodrigues Jardim, primeiro goiano a ocupar a governadoria, representou seu ponto de partida. 
Sem cair na armadilha de isolar a política estadual, deixando de perceber as interferências e os condicionamentos dos cenários nacional e municipais, Victor narra as marchas e contramarchas do jogo político goiano, com ênfase para os episódios da Primeira República (1889-1930). As intensas articulações, disputas de poder, constituição e fragmentação de partidos e grupos geram uma aproximação do leitor com as estratégias e táticas usadas pelos personagens. 
[...] 
Valendo-se do estilo judiciário, onde o alegado deve ser provado, o autor demonstra conhecer com profundidade a bibliografia existente e os periódicos da conjuntura examinada. Além disso, colaciona fontes originais ainda divorciadas do domínio público, como, por exemplo, a afirmação, em tom profético, de Hermenegildo Bessa à viúva Diva Fagundes Caiado: “Depois da morte de Eugênio, Goiás tornou-se um braseiro sob cinzas, assim que alguém der o primeiro sopro, irá tudo pelos ares”. 
Coincidência ou não, é fato que a oposição, esfacelada desde 1920, rearticula-se após a morte de Eugênio Jardim (julho de 1926), tonificada especialmente pela deflagração da crise entre o governo e o poder judiciário. Daí até a vitória da Revolução de 1930, a oposição assumirá, em alguns momentos, um viés radical e mesmo obsessivo, de modo particular contra o agora (exclusivo) líder oligarca Antônio Ramos Caiado. 
O bem escrito texto de Victor Aguiar Jardim de Amorim também questiona as formulações mitológicas oriundas da ditadura estadonovista e assinala o caráter autoritário que presidiu a transferência da capital de Goiás, nunca perdendo de vista os rastros deixados pelo mestre cerratense Paulo Bertran. Ou seja, os “óculos de Goiânia” foram descartados!